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Crianças e adolescentes se emocionam no Prêmio MPT na Escola de MT

27/11/2015 - “Aprendi que a gente deve dar muito valor ao que tem porque fotos e vídeos de crianças que eu vi trabalhando por aí mostram como é difícil a vida deles”, disse Regiane Silva Barbosa, de 15 anos, uma das vencedoras da fase regional do Prêmio MPT na Escola, realizado na manhã da última quinta-feira (25), em Cuiabá, com o objetivo de homenagear e incentivar educadores e alunos a engajarem-se na luta contra a exploração infantil.

O evento reuniu mais de 100 crianças e adolescentes da capital e do interior de Mato Grosso. Eles concorreram a prêmios em quatro categorias - música, teatro, conto ou poesia e pintura ou desenho - e, de forma lúdica, alertaram a sociedade para os prejuízos do trabalho precoce. 

Apesar da ansiedade natural de quem espera o reconhecimento de uma tarefa feita com esmero, os meninos e meninas conseguiram iluminar, com graça e alegria, a sede do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT). Regiane, integrante do grupo classificado em segundo lugar na categoria teatro com a esquete “Cuida de Mim”, conta que, por intermédio da arte, tentou expressar a sua visão sobre o trabalho infantil.

“As coisas foram surgindo com os alunos e a professora e a gente foi se aprofundando mais nos assuntos. Eu, como a narradora da história, fiquei surpresa com a capacidade de todos, com a capacidade de cada um dar o melhor de si e de se importar com as crianças que estão por aí. É uma experiência incrível e única para a gente ao mesmo tempo”, explicou a aluna da Escola Municipal Três de Novembro, localizada no município de Santa Rita do Trivelato. 

Além de Regiane, 90 crianças e adolescentes receberam medalhas e kits com mochila, cadernos e estojo pela participação no concurso. Houve, ainda, a entrega de placas de homenagem a professores, coordenadores e secretários de Educação que aderiram ao "Projeto MPT na Escola: de mãos dadas contra o trabalho infantil". 

Na oportunidade, o procurador-chefe do MPT em Mato Grosso, Fabrício Gonçalves de Oliveira, falou sobre o papel da educação como instrumento de enfrentamento ao trabalho infantil. “É só ver o evento de hoje, em que adultos, crianças e adolescentes estão unidos em prol de uma causa, com a consciência de que essa mazela não deve ser cultivada em nosso país, de que o lugar da criança é na escola. Como dizem: criança não trabalha, criança dá trabalho. É muito gratificante recebê-los em nossa casa, no Ministério Público, e presenciar esse show de cidadania que estão dando para toda a população brasileira”.

A idealizadora da premiação regional, a procuradora do Trabalho e coordenadora da Coordenadoria de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância) do MPT em Mato Grosso, Amanda Broecker, lamentou o aumento dos índices de trabalho infantil apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em novembro, segundo a qual o estado pulou da 13ª para a 9ª colocação no ranking nacional. Hoje, cerca de 66 mil crianças e adolescentes trabalham em Mato Grosso.

“A gente costuma dizer que as crianças são o futuro do país, mas qual o futuro que nós queremos? O que estamos fazendo hoje, no presente, para termos um futuro adequado e digno para as nossas crianças e adolescentes?”, questionou a procuradora. Ela ressaltou que a erradicação do trabalho infantil é uma meta prioritária do Ministério Público do Trabalho e afirmou que a escola cumpre papel fundamental para eliminar o que chamou de "chaga social". “O trabalho infantil leva à evasão escolar e ao baixo rendimento e é exatamente o que queremos evitar. Por isso que a melhor estratégia é investir na educação das nossas crianças e adolescentes”.

A reflexão não ficou por conta só dos adultos. Durante o evento, alunos da Escola Municipal Francisco Pedroso da Silva, de Cuiabá, ganhadores da categoria música, apresentaram o Rap da Verdade e demonstraram, com a composição, o que aprenderam em sala de aula:

"Liberdade de verdade o conhecimento traz

Na vida quem estuda sempre ganha muito mais

Criança que começa cedo a trabalhar

Depois fica cansado e nem consegue estudar

Na rua violência, droga e coisas assim

Na tela da TV mistura o mal e o ruim

Cabeça vazia é oficina do cão

Criança que não estuda segue na contramão

Criança que trabalha não tem tempo de ler

Criança que não lê tem menos o que pensar

Criança que não pensa não consegue entender

Que o Brasil só vai pra frente se a criança estudar

Vamos erradicar o trabalho infantil

O Brasil do futuro depende das crianças de hoje

Mais escola, mais cultura e mais esporte por favor

A gente só agradece e vai retribuir. Valeu!”

Emoção

Apesar dos autores dos trabalhoS vencedores dos prêmios terem sido o foco da cerimônia, para o secretário de Educação de Cuiabá, Gilberto Gomes de Figueiredo, o evento teve um significado ainda mais especial. Ele foi vítima do trabalho infantil e carrega as lembranças de uma infância não vivida. “Comecei a laborar muito cedo, com seis, sete anos de idade, e confesso que, se dependesse da minha exclusiva vontade, gostaria de estar brincando e estudando”. Para o secretário, até mesmo em razão de sua experiência, a parceria com o Ministério Público do Trabalho para combater o problema se tornou uma prioridade. “Graças a Deus eu cheguei até aqui mesmo trabalhando, mas sabemos que a educação é um tema imperativo para uma vida de sucesso”.

Não são raras as histórias de pessoas que, privadas dessa etapa fundamental para o desenvolvimento físico, mental e social, são obrigadas a trabalhar logo nos primeiros anos de vida para ajudar a família. E, além das sequelas psicológicas a que estão sujeitas, muitas vezes nem conseguem chegar à fase adulta. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério da Saúde revelam que, a cada minuto, uma criança ou um adolescente sofre um acidente de trabalho no mundo. De 2009 a 2014, foram registrados 12 mil casos no Brasil.

Projeto é exemplo

A professora Celma Regina Mendes dos Santos, coordenadora do Projeto MPT na Escola em Santa Rita do Trivelato, elogiou a iniciativa do MPT. “O projeto é muito importante porque através dele a gente pode identificar as crianças que estão trabalhando e a gente pode mudar a vida dessas crianças. Houve um caso de uma criança que estava com dificuldades na escola. A partir do momento em que conseguimos intervir houve uma melhora no rendimento escolar, ou seja, houve uma mobilização grande da comunidade, da sociedade, dos pais, da escola e de todos que participaram do projeto”.

 

A educadora Luciene Sbzero Roweder, também de Santa Rita do Trivelato, comentou sobre o envolvimento das turmas e sobre como os estudantes lidaram com a temática. “A vontade deles de desenvolver esse projeto, de realmente mostrar que eles queriam acabar com o trabalho infantil, foi muito gratificante. E a felicidade deles é essa. Eles conseguiram realmente mover as montanhas em uma cidade pequenininha. Estou muito feliz!”, pontuou. 

Para o coordenador de Chapada dos Guimarães, Antônio Soares da Silva, o prêmio serviu de incentivo. “Apesar de desenvolvermos o projeto desde 2013, essa edição conseguiu mobilizar ainda mais os alunos. Exemplo disso é que fomos premiados em todas as categorias”, disse, orgulhoso, ao lembrar dos terceiros lugares conquistados pela Escola Municipal Monteiro Lobato nas categorias música, teatro, desenho e conto ou poesia.

A coordenadora municipal do MPT na Escola em Nova Mutum, município vencedor na categoria desenho ou pintura, se mostrou feliz com o resultado e comemorou o envolvimento da comunidade escolar. “O resultado desse concurso comprova o êxito da parceria entre a SMEC e o MPT. Sensibilizar a sociedade sobre as marcas negativas do trabalho infantil na vida das crianças e dos adolescentes é uma das funções da escola”, disse Elizabete Costa Guimarães, à frente do projeto desde 2013. 

O assessor pedagógico José Ferraz de Araújo, coordenador por Cuiabá há três anos, se disse emocionado com o comprometimento e a sensibilidade demonstrados pelos participantes. “O projeto em 2015 foi extremamente construtivo. O trabalho envolvendo crianças, professores e articuladores foi bastante significativo e a cerimônia de premiação veio coroar um ano de dedicação e esforço”.

A solenidade contou, ainda, com a presença da secretária de Educação de Nova Mutum, Elena Maria Maass, da secretária adjunta de Educação de Cuiabá, Marioneide Angélica Kliemaschewsk, e da representante da Secretaria de Educação de Chapada dos Guimarães, professora Susi Marineusa Belo.

Confira a lista completa dos ganhadores:

Música

1º lugar - Cuiabá

Alunos: Breno Yago da Silva Moraes, Alisson Vinícius de Oliveira Ferreira, Helisson Rafael de Oliveira Ferreira, Émilly Kamilly da Silva Santos, Talita Vitória Ribeiro, Ana Beatriz Pereira de Oliveira, Ariadni Vitória Maria Gonçalves e Kauã da Silva Farias

2º lugar -  Santa Rita do Trivelato

Alunos: Bárbara Strey Silva, Bruna Heloísa Pereira Marques, Camila Gonçalves Pereira, Daniela Deusimara Mendes de Lima, Elisvelton Carlos Silva Teixeira, Emily Larissa Pinto da Silva, Francisco da Cruz Pinto Júnior, Gabriel Máximo Vanz, Gisele Denise Ribeiro, Igor Oliveira Preuss, Jobson Alves Barbosa, Lília da Cruz Ifran dos Santos, Lucrécia Rosa do Nascimento Campos, Regina Maria Freitas, Roseli Rodrigues Soares, Thalix Augusto Mendes Souza, Wellington da Silva dos Santos, Wesley Jesus de Oliveira Araújo, Weverthon Daniel Spindola da Silva, Maria Júlia Nagarolli Borsato, Wanesa Silva Souza, Gabriela Ferreira de Jesus, Pamela Carmo Xavier de Freitas, Jordanna Beatriz Souza da Silva, Thayson Tiburcio Barboza e André Luiz Mazzucatto

3º lugar -  Chapada dos Guimarães

Aluna: Melluany Brito de Souza

Esquete

1º lugar - Santa Rita do Trivelato

Alunos: Cleiton de Almeida Silva, Ederson Gonçalves Corrêa da Silva, Fabrício Devenz, Gabrielly Silva de Oliveira, Gustavo Arruda Facco, Railson da Silva Oliveira, Raissa Rodrigues Silva, Ronayra da Conceição da Silva Araújo, Julia dos Santos Esteves e Iara Victória Souza Figueiredo.

2º lugar - Santa Rita do Trivelato

Alunos: Alan Ferreira Brandão, Antonilde Raynara da Silva Oliveira, Bruna Natália Pereira, Camila Peixoto Vieira, Fabíola Devenz, Gabryelly Nobres Vailant, Jonas Martins de Oliveira, Jucineide vMartins de Souza, Julimarco Silva Souza, Lucineide de Souza Oliveira, Matheus Alves Baebosa, Osiel Henrique dos Santos Damasceno, Regiane Silva Barbosa, Valéria de Faria Santos, Wesley Miranda Eidam de Souza, Jackson Santos Stevens, Felipe Miqueias Luiz de Oliveira, Izadora Kerkhoven Costa e Karina Baches de Almeida.

3º lugar -  Chapada dos Guimarães

Alunos: Thiago Cleverson Leovio da Silva, Aneline Souza Schwanke, Ana Clara das Neves Machado, Ana Victória Moreira Gayva, Eliane Karoline Pereira Silva, Marcos Vinícius Jesus de Almeida, Joilson da Silva Lemk, Jéssica de Oliveira Gusmão, Eric Matheus Amorim de Oliveira, Logan Renso B. França de Almeida, Rian Lucas Brito de Almeida, Suélen da Silva Santos, Iasmin da Silva Santos, Walkiria Victória Borges Silva, Vitória Gabriely C. Vieira Azevedo e Vitória Lechner dos Santos.

Desenho

1º lugar - Nova Mutum

Aluno: José Carlos da Silva de Jesus

2º lugar - Cuiabá

Alunos:  Audhinny Conceição da Silva

3º lugar - Chapada dos Guimarães

Aluna: Juliene Francisca de Souza Bispo

Conto ou Poesia

1º lugar - Cuiabá

Alunas: Mariany Vitória de Lima Souza e Samira Lopes Cardoso Marques

2º lugar - Nova Mutum

Alunas: Beatriz Gabrieli da Silva Nicolau e Daiane Danielli da Rosa

3º lugar - Chapada dos Guimarães

Aluna: Melluany Brito de Souza

Confira mais fotos da premiação:

 

 

Informações: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT)
Contato: (65) 3613-9152 | www.prt23.mpt.mp.br | twitter: @MPT_MT | facebook: Ministério-Público-do-Trabalho-em-Mato-Grosso

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