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UFMT recebe equipamento para análise de resíduo do agrotóxico mais consumido no Brasil

11/08/2015 - Um aparelho dedicado à análise do herbicida glifosato e do seu principal metabólico, o ácido aminometilfosfônico (Ampa), é a mais nova aquisição da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com o Cromatógrafo de Trocas Iônicas, como é chamado o equipamento, a instituição passa a ser a única do estado, e uma das poucas entidades públicas do país, capaz de identificar a presença desse princípio ativo no meio ambiente, em amostras de água, ar e chuva.

O glifosato, vendido como Round-Up, Mata-Mata, glifosato genérico, entre outros, é o agrotóxico mais utilizado no Brasil. Somente em 2013, mais de 1 bilhão de litros de veneno foram aplicados nas plantações, de acordo com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). Desse total, 40% equivalem ao glifosato.

Apesar de ser classificado como “pouco tóxico” pelos órgãos reguladores nacionais, cada vez mais pesquisas atestam a alta toxidade desse herbicida e o relacionam ao surgimento de câncer e de problemas renais. Em março deste ano, inclusive, foi classificado como potencialmente cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Já em Mato Grosso, o volume de agrotóxico consumido por ano chegou, em 2013, a 160 milhões de litros. Em 2015, a estimativa é que sejam utilizados 200 milhões de litros, o que representa 20% do total de veneno aplicado em todo o país. Somente em Campo Verde, foram 20 milhões de litros de defensivos agrícolas lançados nas plantações. Os dados são do Núcleo de Estudos Ambientais e de Saúde do Trabalhador da UFMT (Neast/UFMT).

Como funciona

De maneira simplificada, o cromatógrafo utiliza um detector de correntes elétricas para identificar a presença dos íons do veneno nas amostras. Os íons funcionam como condutores de energia, então, quando passam pelo detector, o aparelho aponta um pico de corrente elétrica. Para controlar esse processo e reconhecer o glifosato e o Ampa, o equipamento conta com a ajuda de um software com calibração específica para constatar a existência dos resíduos.

De acordo com a professora doutora Eliana de Carvalho Dores, por enquanto só é possível analisar amostras de água, chuva e ar, uma vez que o equipamento aceita apenas amostras líquidas. Entretanto, a equipe da UFMT já está buscando uma solução para viabilizar a utilização também de amostras de solo.

Pesquisa na Bacia do Juruena

A máquina foi adquirida pela UFMT graças a uma destinação de cerca de 200 mil reais feita pelo Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT). A parceria é antiga e resultou no desenvolvendo da pesquisa "Avaliação da Contaminação Ocupacional, Ambiental e Alimentar por Agrotóxicos na Bacia do Juruena". 

O projeto, ainda em andamento, conta com químicos, biólogos, médicos e agrônomos e procura identificar a presença de substâncias na água, no ar, no solo e nos alimentos consumidos por trabalhadores e moradores da zona rural e urbana de cidades como Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio, municípios que utilizam as águas da bacia. 

A Bacia do Juruena compreende aproximadamente 190.931 km². Situa-se quase que integralmente no Estado de Mato Grosso, exceto por uma pequena parcela que se insere no Amazonas (cerca de 5% da bacia) e em Rondônia (menos de 0,2% do município de Vilhena). O rio Juruena percorre uma extensão de 1.080 km até juntar-se ao rio Teles Pires para formar o rio Tapajós, afluente da margem direita do rio Amazonas.

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Informações: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT)

Contato: (65) 3613-9165 | www.prt23.mpt.mp.br | twitter: @MPT_MT | facebook: Ministério-Público-do-Trabalho-em-Mato-Grosso 

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