Dia Internacional contra Discriminação: MPT quer garantir o direito de indígenas ao trabalho digno

21/03/2019 - O Ministério Público do Trabalho (MPT) se reuniu nesta quinta-feira (21) com representantes do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), campus de Alta Floresta e com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus Alta Floresta, para debater e traçar ações para promover o direito dos indígenas ao trabalho digno.

A iniciativa se insere nas atividades do Grupo de Trabalho sobre Comunidades Tradicionais, criado pela Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), do qual fazem parte os procuradores do Trabalho Ludmila Pereira Araújo e Marcel Bianchini Trentin.

 

Trentin explica que a defesa dos povos indígenas no ambiente de trabalho, com a verificação da igualdade de oportunidades e o combate à discriminação, é uma das metas do MPT. Após a reunião, foi instaurado um procedimento promocional para buscar articulação social na região. 

“A ideia é incluir no mercado de trabalho aqueles que desejam trabalhar nesse mercado e fomentar a capacidade de movimentação das mercadorias que eles já produzem na aldeia. Vamos buscar também a realização de audiências públicas e eventos para conscientização da população, buscando desconstruir preconceitos em relação a eles”.

O procurador conta que foi procurado por coordenadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Faculdade de Direito de Alta Floresta (Fadaf), os quais relataram casos de alunos indígenas que não conseguem estágio ou emprego na cidade. Uma das hipóteses levantadas que justificariam esse quadro é a discriminação.

21 de março

O dia 21 de março tem sido dedicado desde 1966 à luta contra a discriminação racial. A data, instituída pelas Nações Unidas, foi escolhida para homenagear as vítimas de um protesto pacífico reprimido violentamente pela polícia durante o apartheid na África do Sul. Apesar de 53 anos terem se passado desde então e do apartheid ter sido, oficialmente, extinto, o racismo continua causando terríveis danos. 

“De insultos e humilhações a crimes de ódio e massacres, das dificuldades de se obter acesso ao mercado de trabalho às práticas racistas institucionalizadas, a discriminação racial assume muitas formas, que às vezes são extremamente brutais, enquanto em outras são ocultas e dissimuladas”, disse a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, em mensagem divulgada no ano passado por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. 

Ela ressaltou que as práticas racistas e discriminatórias derivam da mesma e perigosa ignorância e que só podem ser combatidas de forma consistente com as armas da mente. “Em primeiro lugar, por meio da ciência, que revela a desonestidade do pensamento racista e expõe suas principais forças sociais, ideológicas, políticas e históricas. Em segundo lugar, por meio da educação, que ensina que nenhuma pessoa vale menos do que outra, assim como que a diversidade é um valor que nós devemos respeitar. E finalmente, por meio da cultura, a única forma pela qual nós podemos substituir uma hierarquia social mortal por um mundo moldado pela consciência do pertencimento a uma humanidade comum”.

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Informações: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT)

 

Fotos: PTM de Alta Floresta

 

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